No meio esportivo, ambiente extremamente competitivo, o atleta imprime invariavelmente 100% de seu potencial para atingir o objetivo, ou seja, a vitória. No entanto, esse esforço máximo ainda não garante que sua meta será atingida. Isto porque o seu 100% não o torna apto a vencer, pois além de usar todo o potencial, ele tem que ser o melhor em um ambiente onde todos estão trabalhando com 100% do potencial individual para atingir o mesmo objetivo. Os atletas e as equipes esportivas têm em sua cultura a máxima de que o treinamento é a ferramenta mais eficiente para o atingimento de suas metas e por tanto, classificam a modalidade de treinamento como um investimento para manutenção de suas atividades e destinam boa parte de seus orçamentos em pesquisa e desenvolvimento de novos métodos de treinamentos. Porém, em face das diversas modalidades esportivas, no esporte aplicam-se metodologias distintas de treinamento.
Dissertando sobre o ambiente de produção de bens e serviços, observamos que os gestores têm na palavra treinamento o sinônimo de perda de tempo e gasto desnecessário. Esta cultura limita e muita das vezes impede o desenvolvimento e a qualificação profissional. Os atores deste ambiente, gestores e executores, têm a cultura de que o que se aprendeu uma única vez é o suficiente para que exerçam suas atividades profissionais por toda sua carreira. Se considerarmos o cenário produtivo de décadas passadas, esta cultura tem embasamento, pois os métodos produtivos e o mercado não tinham o dinamismo atual. O dinamismo contemporâneo não permite a inércia quando se fala em conhecimento. Neste cenário também há treinamento distintos em face das diversas atividades, porém, a metodologia pode ser a mesma para todas.
A exposição de dois ambientes profissionais distintos, onde um tem a cultura de que treinar é necessário para o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades e o outro ainda tem dúvida sobre a eficiência do treinamento no cotidiano profissional, como objetivo quebrar o paradigma de que o treinamento representa um custo no processo de produção de bens e serviços.
Não é necessário desenvolver pesquisas cientificas para concluir que a falta de treinamento e qualificação profissional tem causado prejuízos às Organizações. De forma empírica, no dia a dia, observamos atendentes que não sabem prestar o serviço de atendimento ao cliente, profissionais que não desenvolvem suas atividades com qualidade e a escassez de mão de obra qualificada.
A qualificação profissional produz resultados significativos: um bom atendimento fideliza o cliente; a atividade desempenhada com eficiência e qualidade se traduz em valor agregado ao bem produzido ou serviço prestado; a pronta resposta às demandas geradas pelo mercado evita a perda de tempo. Ainda, nas atividades operacionais, o treinamento é ferramenta eficaz para redução de acidentes no trabalho.
O processo de ensino e treinamento, produz uma interação natural entre docentes e discentes proporcionando a troca de experiências práticas e teóricas que aliadas promovem o nivelamento de conhecimento e entendimento sobre uma atividade. Essa é a fórmula mais eficaz para a qualificação profissional.
Pois bem após este breve relato, conclui-se que o treinamento não pode mais ser associado ao custo de produção de bens e serviços e sim ser classificado como um investimento com potencial de agregar valores no resultado obtido pela Organização.
Referências:
Conhecimentos obtidos e experiências vividas ao longo da carreira profissional e vida acadêmica do Autor.